Adoçantes: Heróis ou Vilões?

adoçantes

Adoçantes são uma solução adotada por milhões de pessoas, seja por preferência ou necessidade. Apesar disso, o tema ainda é rodeado de dúvidas e polêmicas. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu orientações que reacenderam a discussão, recomendando o uso de adoçantes artificiais apenas para pessoas com diabetes e, mesmo assim, em quantidades controladas. Vamos entender melhor esse debate e o que dizem os especialistas.

O que são adoçantes e edulcorantes?

Muitas vezes usados como sinônimos, adoçantes e edulcorantes têm diferenças sutis. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os edulcorantes são substâncias que conferem sabor doce aos alimentos, mas não são açúcares. Já os adoçantes são produtos que contêm edulcorantes combinados com outros ingredientes, como água ou maltodextrina, para facilitar seu uso.

O primeiro adoçante, a sacarina, foi descoberto em 1878 com o objetivo de substituir o açúcar. A sacarina, por exemplo, é cerca de 300 vezes mais doce que o açúcar comum. Desde então, novos tipos de adoçantes surgiram, como a stevia, o xilitol e o eritritol, que são extraídos de fontes naturais ou criados em laboratório.

Por que trocar o açúcar?

O açúcar, especialmente o refinado, tem um impacto significativo na saúde. O consumo excessivo está associado a uma série de problemas, como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão, gordura no fígado e doenças cardiovasculares. Essas condições estão entre as principais causas de morte no Brasil.

Nesse contexto, os adoçantes ganharam destaque como alternativa para quem precisa reduzir calorias ou controlar os níveis de glicose no sangue. “Os adoçantes ajudam a diminuir a adição de açúcar aos alimentos, mantendo o sabor doce com menos impacto calórico”, explica a nutricionista Elaine Cristina Moreira.

Adoçantes: solução ou problema?

Apesar de serem amplamente utilizados, os adoçantes ainda dividem opiniões. Por um lado, estudos mostram que eles são seguros dentro dos limites recomendados. A ingestão diária aceitável (IDA) é a quantidade de uma substância que pode ser consumida sem riscos à saúde, e essa medida é rigorosamente estudada por autoridades como a Anvisa e organismos internacionais, como a OMS e o FDA.

Por outro lado, algumas pesquisas recentes levantaram preocupações. Um estudo associou o eritritol a um maior risco cardiovascular, enquanto outro sugeriu que a sucralose pode enfraquecer células de defesa do corpo. Essas descobertas geram receio, mas é importante destacar que muitos desses estudos são observacionais e podem ter limitações.

A recomendação da OMS

A OMS, em novas diretrizes, sugeriu que adoçantes artificiais não devem ser usados como estratégia principal para emagrecimento ou prevenção de diabetes. Isso não significa que eles são proibidos, mas reforça que seu uso deve ser moderado e, preferencialmente, limitado a casos específicos, como o de pessoas com diabetes.

Essa recomendação tem como base a ideia de que o uso de adoçantes pode criar uma falsa sensação de segurança, levando as pessoas a não adotarem mudanças mais profundas na dieta. Afinal, a chave para uma vida saudável vai além de substituir o açúcar; envolve uma alimentação equilibrada e hábitos saudáveis.

Segurança garantida?

A segurança dos adoçantes é uma preocupação constante das autoridades. Antes de serem liberados para consumo, eles passam por avaliações rigorosas. No Brasil, a Anvisa realiza essas análises, assim como outras entidades internacionais, como a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA). Essas avaliações consideram não só os efeitos imediatos, mas também o impacto a longo prazo.

Mesmo com esse respaldo científico, o consumidor ainda se sente inseguro. Parte disso se deve à disseminação de fake news, à influência de celebridades e à falta de consenso entre profissionais de saúde. Enquanto alguns recomendam os adoçantes como alternativa segura, outros os evitam, sugerindo opções como mel, açúcar mascavo ou demerara.

Como escolher o melhor adoçante?

Segundo especialistas, não existe um “melhor” adoçante que funcione para todo mundo. O ideal é escolher aquele que melhor se adapta ao seu paladar e às suas necessidades. A origem natural ou sintética do adoçante, por exemplo, não é o fator mais importante. O que conta é como ele se comporta no organismo e se está dentro das recomendações de segurança.

“Para quem gosta de café, por exemplo, não há problema em adoçá-lo, desde que dentro dos limites seguros. Não é preciso forçar o consumo sem adoçante se isso não agrada ao paladar”, tranquiliza Elaine Moreira.

O que dizem os estudos?

É comum encontrar estudos apontando associações entre adoçantes e riscos à saúde, como aumento de infartos ou outras complicações. No entanto, esses estudos nem sempre provam uma relação direta. Muitas vezes, pessoas que usam adoçantes já apresentam condições de saúde que as tornam mais propensas a esses problemas, como obesidade ou diabetes.

Por isso, é importante buscar informações de fontes confiáveis e consultar especialistas. Organizações como a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Nutrição reúnem equipes para analisar as evidências e oferecer orientações equilibradas.

A decisão é sua

No final das contas, o uso de adoçantes é uma escolha pessoal que deve levar em conta sua saúde, suas preferências e as orientações de profissionais. Eles podem ser uma ferramenta útil para reduzir o consumo de açúcar, mas não devem ser vistos como uma solução milagrosa.

Equilíbrio é a palavra-chave. Manter uma alimentação saudável, rica em alimentos naturais, e praticar atividades físicas são as melhores formas de cuidar do corpo e da mente. Seja usando açúcar, adoçantes ou nada disso, o importante é encontrar o que funciona para você e viver com mais saúde e bem-estar.

Aqui você encontra uma lista com os adoçantes mais vendidos na Amazon, onde você poderá escolher o que mais se encaixa em suas necessidades.

Fonte: Estado De Minas

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